Um Terço dos Judeus Europeus Querem Emigrar

O anti-semitismo piorou na Europa, nos últimos anos, com o abuso cada vez mais difundido na Internet, revela uma pesquisa realizada pela Agência Européia dos Direitos Fundamentais (FRA).

O estudo foi divulgado antes do 75º aniversário da Kristallnacht, que viu bandidos nazistas quebrando empresas judaicas e sinagogas em 1938, e descobriu que 66% dos judeus europeus consideram o anti-semitismo um problema "muito grande" em seu país.

Um total de 76% disse que havia piorado nos últimos cinco anos, com o abuso especialmente pela Internet, onde as mídias sociais e sites de compartilhamento de arquivos permite o anti-semitismo viajar mais rápido do que antes.

"Eu sinto que desde que foi criado o Facebook, eu tenho visto mais comentários anti-semitas, em poucos anos, do que eu já vi em toda minha vida", segundo um entrevistado britânico. "Isso é muito desanimador."

O relatório da FRA foi baseado em uma pesquisa online em oito países da UE - Bélgica, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Hungria, Itália, Letônia e Suécia - que são o lar de 90% da população judaica do bloco.

ASSISTA : https://www.youtube.com/watch?v=lfzb7Ctq1SY

Destes, França, Bélgica e Hungria informaram as taxas mais elevadas de anti-semitismo na mídia e na vida política, com vandalismo e hostilidade abertos na rua.

A Hungria, especialmente, no ano passado sofreu incidentes anti-semitas repetidos, e os críticos dizem que o primeiro-ministro Viktor Orban tem feito pouco para mudar a situação.

"O anti-semitismo é um exemplo preocupante de como o preconceito pode persistir ao longo dos séculos, e não tem lugar na nossa sociedade de hoje", disse o diretor da FRA, Morten Kjaerum, no relatório.

"É particularmente preocupante ver que a Internet, que deve ser uma ferramenta de comunicação e diálogo, está sendo usada como um instrumento de perseguição anti-semita", acrescentou.

De acordo com o estudo da FRA, 21% das pessoas disseram que tinham experimentado abuso verbal ou físico, no último ano, por serem judeus.

"Somos avisados para nos dispersar rapidamente na saída das sinagogas, centros comunitários ... é necessário um serviço especial de segurança, que ao meu conhecimento, não é necessário na saída das igrejas,templos e mesquitas", disse uma mulher francesa citada na pesquisa.

O Congresso Judaico Europeu rapidamente saudou o relatório.

"No entanto, o fato de que um quarto dos judeus não é capaz de expressar seu judaísmo por causa do medo, deve ser um divisor de águas para o continente da Europa e da União Européia", disse seu presidente Moshe Kantor.

O fato de que 82% das pessoas não relatam às autoridades o abuso ou discriminação que haviam sofrido foi "a maior condenação do relatório", acrescentou.

"Judeus europeus simplesmente tem pouca fé ou confiança no processo de aplicação da lei, no legislativo ou nos processos judiciais, em grandes partes do continente", disse ele, chamando para uma melhor legislação e outras medidas para promover a tolerância.

No total, cerca de 5.850 pessoas, que se identificaram como judeus, responderam à pesquisa entre setembro e outubro de 2012.

Fonte: Rua Judaica

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